quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Túmulo dos Pirilampos


De Isao Takahaka




Cinema de Animação ou apenas Cinema revela-se em obras magnificas como esta. Diria com a mais singela honestidade que "O Túmulo do Pirilampos" é o mais belo filme de animação que já mais vi, e é também um dos mais comoventes (cinema em geral). Isao Takahata demonstrou-se aqui como um dos talentosos realizadores japoneses, co-fundador (juntamente com o grande Hayao Miyazaki) do Estúdio Ghibli. Tendo a sua obra se destacado nas décadas de 80 e 90, entre os seus filmes mais consagrados estão também: Only Yesterday, My Neighbors the Yamadas, Pom Poko, etc.
Se "O Túmulo dos Pirilampos" fosse um som, seria - um grito ensurdecedor, um grito que se ouviria em todo o Mundo sempre com a mesma intensidade. O Túmulo dos Pirilampos consiste num grito sim, num grito anti-guerra, anti-dor, anti-morte, anti todas as coisas terríveis que a guerra pode proporcionar.
E por favor deixem-se levar pelas imagens, por esta comovente viagem guiada por Isao Takahata.

"O Túmulo dos Pirilampos é "A Lista de Schindler" da animação..."
-Ernest Rister, Historiador de Animação

O Túmulo dos Pirilampos conta-nos a história de dois irmãos, Setsuko, uma menina de quatro anos e Seita de catorze anos. Eles são atingidos pela Guerra na sua pequena cidade Natal perto do mar. Seita esconde alguns alimentos numa vala preparada no quintal, para os tempos difíceis que haveriam de vir enquanto Setsuko se despede da mãe, que pretende esconder-se num tal acampamento de bombeiros. A cidade é devastada. Dos locais atingidos pelos bombardeamentos não restou quase nada e para piorar ainda mais as coisas a mãe das crianças é gravemente ferida, resultando na sua morte. Seita e Setsuko são então destinados a ir viver com uma tia que gradualmente os vais desprezando, aproveitando-se da comida que Seita havia trazido. Seita decide então pegar na irmã e sair dali o mais rapidamente possivel. Eles encontram uma pequena gruta abrigada, que ambos adoptam como a sua casa, passando apartir desse momento a estar entregues um ao outro. Desta vez as mazelas causas pela guerra tornaram-se ainda mais difíceis de suportar e o seu destino é avassalador.
Apesar de sabermos desde logo o destino das personagens, já que "O Túmulo dos Pirilampos" se inicia pelo fatídico final, continuado como uma "viagem das almas." Seita e Setsuko recordam os episódios mais marcantes das suas vidas. É um filme mágico, sem magia - que se alia a simples pormenores do quotidiano dos os irmãos, da sua intimidade e dos sonhos que ambos desenvolvem em momentos de dificuldade. O dramatismo provoca-nos algum ou muito choro. Sem dúvida uma obra a não esquecer.

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