De Hayao Miyasaki
A fantasia e o encanto de um dos realizadores, senão o realizador Japonês mais famoso do mundo. O homem cujo talento felizmente tem-se alargado até hoje, que já conta com mais de 65 anos, mas que não dá mostras de se reformar. Pois é sempre recebido com grande expectativa e entusiasmo pelos seus filmes, fascinando um público cada vez mais abrangente, que espera com alguma impaciência (tais são as especulações) pelo seu próximo filme.
Estreou em 2004 “How'l Moving Castle”, que é na verdade uma adaptação ao livro de 1986 da escritora britânica Diana Wynne Jones. São as animações do já conceituado estúdio
Ghibli, ao qual Hayao é co-fundador, que dá a devida projecção à história de Diana Wynne e a torna uma das obras cinematográficas mais importantes do século.
O Castelo Andante é uma daquelas histórias que nos puxa para o seu interior e nos submete a uma reavaliação destes objectos artísticos - Cinema de animação; que para a maior parte das pessoas não passa de cinema infantil, próprio para crianças - como muitos outros produzidos pela Disney ou mais recentemente pela DreamWorks, que tanto uma, como a outra das produtoras parece estar a banalizar o cinema de animação e a fazê-lo perder muito do encanto da antiga forma de executar "animações" - desenhadas manualmente,
frame por
frame. “How'l Moving Castle” faz-nos derreter, mover da cadeira, se for o caso, e ficar com os olhos brilhantes desejando mais e mais daquele fascinaste mundo. A banda sonora encarrega-se de acompanhar o andamento do filme, tornado-o muito melódico, arriscaria mesmo no "simbólico" já que toda aquela história é nada mais, nada menos que uma alegoria à vida - à chama que permite que o majestoso castelo se mova.
Não consiste numa vulgar história de feiticeiros, muito pelo contrário o "fantástico" das histórias de Hayao Miyasaki é a humanidade que este incorpora nas suas personagens - dando-lhes portanto, uma intenção moral e interventiva. Vejamos por exemplo
A Viagem de Chihiro, filme galardoado com o Óscar em 2001, cuja protagonista procura salvar os pais de uma terrível maldição. Aqui está implícito como forma de castigo que apenas poderá ser desfeito com uma leal dedicação de criança, Chihiro, como uma mostra do amor que sente pelos pais.
Sophie trabalha na loja de chapéus da família, tem 18 anos e leva uma vida vulgar, numa cidade em Guerra contra a nação vizinha. Um dia Sophie é terrivelmente amaldiçoada pela invejosa Bruxa do Nada, que a faz envelhecer até aos 90 anos - maldição esta que a leva ao encontro de um tal Castelo Andante, onde habita Howl, um jovem e fascinante feiticeiro, Markl, um menino e pupilo de Howl e Calcifer, o demónio do fogo que faz andar o Castelo.
A junção perfeita de argumento e animação que levou à sua nomeação ao Óscar de 2004 de Melhor Filme de Animação. Um romance entre Sophie - uma prematura idosa e Howl - o encantador feiticeiro.